sexta-feira, 3 de outubro de 2025

 Ato em Porto Alegre pede Palestina livre e a libertação dos brasileiros


Manifestantes ocuparam as ruas centrais de Porto Alegre na noite de quinta-feira (02) para clamar por “Palestina livre”, pedir que o governo brasileiro rompa relações com Israel e exigir a libertação de todos os integrantes da frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza. Quinze brasileiros estavam a bordo da Flotilha Global Sumud (GSF), interceptada por Israel no dia primeiro de outubro.


A manifestação começou às 18h em frente a Faculdade de Educação da UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande do Sul e seguiu até a área central da cidade. Organizada por estudantes, sindicalistas, professores e parlamentares do campo da esquerda, o ato reuniu cerca de um mil participantes e chamou a atenção de quem estava nas ruas, muitos aderiram ao protesto pacífico.


Desde a guerra de Israel contra a Palestina, em 2023, supostamente para combater o grupo extremista Hamas, cerca de 66 mil palestinos foram mortos e mais de 165 mil ficaram feridos, de acordo com informação do Ministério da Saúde de Gaza divulgada em setembro. Com o fechamento das fronteiras imposto pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o deslocamento forçado da população da faixa de Gaza, os palestinos ficaram sem os mínimos recursos, principalmente alimentos.


Diante da falta de ação das instituições internacionais, como a ONU- Organização das Nações Unidas e também dos países que se dizem contrários à ação de Israel em Gaza, 500 ativistas de 44 nações, liderados pela ambientalista sueca Greta Thunberg, organizaram uma frota formada por 40 pequenas embarcações para levar ajuda humanitária à população de Gaza, partindo da Espanha. No entanto, a frota foi detida quando se aproximava de águas territoriais controladas por Israel. Até o momento é desconhecido o paradeiro dos integrantes da frota. Esta é a segunda interceptação feita por Israel contra a ajuda humanitária levada pela flotilha pacifista.


Os brasileiros que fazem parte da frota são:


Thiago Ávila, ativista e integrante do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilha (GSF), no barco Alma.


Luizianne Lins, deputada federal pelo PT, no barco Grand Blue.


Bruno Gilga, trabalhador da USP e correspondente do Esquerda Diário, no barco Sirius.


Lisiane Proença, comunicadora popular e atuante em causas socioambientais, no barco Sirius.


Magno Costa, integrante da Executiva Nacional da CSP Conlutas e diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, no barco Sirius.


Mariana Conti, vereadora do Psol em Campinas, no barco Sirius.


Nicolas Calabrese, professor de educação física e coordenador da Rede Emancipa, no barco Sirius.


Gabriele Tolotti, presidente do Psol-RS, no barco The Spectre.


Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina São Paulo, no barco The Spectre.


Ariadne Telles, advogada popular, no barco Adara.


Mansur Peixoto, criador e administrador do projeto História Islâmica, no barco Adara

Lucas Gusmão, ativista e internacionalista, no barco Yulara.


João Aguiar, ativista do movimento global para Gaza e Núcleo Palestina do PT-SP, no veleiro Mikeno.


Miguel de Castro, ativista e cineasta, no barco Catalina.


Hassan Massoud, jornalista correspondente da Al Jazeera.

Um comunicado da Global Sumud Flotilha diz que 12 brasileiros integrantes da frota estão em poder das autoridades de Israel e seu paradeiro é desconhecido. Sobre os outros três brasileiros não se tem notícia alguma e o ato é considerado sequestro praticado pelo governo de Benjamin Netanyahu. O governo brasileiro, por intermédio do Ministério de Relações Exteriores, cobrou explicações de Israel e tenta contato com os ativistas detidos.

Os organizadores classificaram a interceptação como “um ataque ilegal” a agentes humanitários. No próximo dia 07 de outubro a guerra de Israel contra Gaza completa dois anos. Nesta data, o grupo Hamas sequestrou cerca de 200 pessoas que participavam de um festival de música e matou dezenas de pessoas de uma comunidade próxima ao local. O ato deu início a uma resposta desproporcional de Israel, matando milhares de pessoas e destruindo a faixa de Gaza com ajuda dos Estados Unidos, fortalecida com a eleição de Donald Trump à presidência, que anunciou que vai transformar a faixa de Gaza em um resort de luxo.


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