terça-feira, 7 de outubro de 2025

 Greta, uma adolescente na liderança do mundo


Greta Thunberg e Malala Yousafzai, jovens mulheres que lutam pela paz no mundo usando  a força da palavra. Malala recebeu o Nobel da Paz, agora é a vez de Greta.




Greta Thunberg deveria receber o Prêmio Nobel da Paz 2025. A ativista sueca de 22 anos mobiliza jovens e adultos desde os 12, quando iniciou a greve escolar das sextas-feiras, Fridays for Futures, em Estocolmo, capital do seu país, para protestar contra o aquecimento global e exigir dos governos ações de proteção ao meio ambiente.


Desde então, outras agendas com compromisso social também passaram a fazer parte das suas atividades. Ela já esteve na ONU- Organização das Nações Unidas, em 2018, onde fez um veemente discurso exigindo que os governantes de todo o mundo se comprometessem para mitigar os efeitos do aquecimento global para que os jovens possam ter um futuro.


E cobrou: “como vocês se atrevem”! ao afirmar na tribuna da ONU que os governantes estão acabando com a vida no planeta Terra, o que resultou numa reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, então em seu primeiro mandato, que a chamou de “pirralha” e recomendou que fosse ao cinema para se distrair.


Mas a pirralha não se abalou. É ela quem organizou a Flotilha Global Sumud, para levar ajuda humanitária para a faixa de Gaza, que foi retida em águas internacionais por tropas de Israel. Uma segunda flotilha foi organizada, com a participação de ativistas de todo o mundo, entre eles 15 brasileiros. As embarcações foram novamente retidas no mar e todos os ativistas presos e posteriormente deportados.


Grata é, de fato, a única liderança no mundo que está lutando pela paz sem usar nenhuma arma de guerra. As armas dessa jovem guerreira são a palavra e a solidariedade. Exatamente o que fez outra jovem mulher, Malala Yousafzai, natural do Paquistão, vítima do talibã aos 12 anos de idade quando recebeu um tiro na cabeça porque ousou ir para escola, proibida para meninas.


Malala usou como arma pela paz a palavra e a educação. Ela recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2014, aos 17 anos. Foi a pessoa mais jovem a receber a láurea. As principais vozes em defesa da paz são duas mulheres jovens que têm a coragem de mudar o mundo e desafiar os governantes belicistas e contrários à ciência. 


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

 Ato em Porto Alegre pede Palestina livre e a libertação dos brasileiros


Manifestantes ocuparam as ruas centrais de Porto Alegre na noite de quinta-feira (02) para clamar por “Palestina livre”, pedir que o governo brasileiro rompa relações com Israel e exigir a libertação de todos os integrantes da frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza. Quinze brasileiros estavam a bordo da Flotilha Global Sumud (GSF), interceptada por Israel no dia primeiro de outubro.


A manifestação começou às 18h em frente a Faculdade de Educação da UFRGS- Universidade Federal do Rio Grande do Sul e seguiu até a área central da cidade. Organizada por estudantes, sindicalistas, professores e parlamentares do campo da esquerda, o ato reuniu cerca de um mil participantes e chamou a atenção de quem estava nas ruas, muitos aderiram ao protesto pacífico.


Desde a guerra de Israel contra a Palestina, em 2023, supostamente para combater o grupo extremista Hamas, cerca de 66 mil palestinos foram mortos e mais de 165 mil ficaram feridos, de acordo com informação do Ministério da Saúde de Gaza divulgada em setembro. Com o fechamento das fronteiras imposto pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o deslocamento forçado da população da faixa de Gaza, os palestinos ficaram sem os mínimos recursos, principalmente alimentos.


Diante da falta de ação das instituições internacionais, como a ONU- Organização das Nações Unidas e também dos países que se dizem contrários à ação de Israel em Gaza, 500 ativistas de 44 nações, liderados pela ambientalista sueca Greta Thunberg, organizaram uma frota formada por 40 pequenas embarcações para levar ajuda humanitária à população de Gaza, partindo da Espanha. No entanto, a frota foi detida quando se aproximava de águas territoriais controladas por Israel. Até o momento é desconhecido o paradeiro dos integrantes da frota. Esta é a segunda interceptação feita por Israel contra a ajuda humanitária levada pela flotilha pacifista.


Os brasileiros que fazem parte da frota são:


Thiago Ávila, ativista e integrante do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilha (GSF), no barco Alma.


Luizianne Lins, deputada federal pelo PT, no barco Grand Blue.


Bruno Gilga, trabalhador da USP e correspondente do Esquerda Diário, no barco Sirius.


Lisiane Proença, comunicadora popular e atuante em causas socioambientais, no barco Sirius.


Magno Costa, integrante da Executiva Nacional da CSP Conlutas e diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, no barco Sirius.


Mariana Conti, vereadora do Psol em Campinas, no barco Sirius.


Nicolas Calabrese, professor de educação física e coordenador da Rede Emancipa, no barco Sirius.


Gabriele Tolotti, presidente do Psol-RS, no barco The Spectre.


Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina São Paulo, no barco The Spectre.


Ariadne Telles, advogada popular, no barco Adara.


Mansur Peixoto, criador e administrador do projeto História Islâmica, no barco Adara

Lucas Gusmão, ativista e internacionalista, no barco Yulara.


João Aguiar, ativista do movimento global para Gaza e Núcleo Palestina do PT-SP, no veleiro Mikeno.


Miguel de Castro, ativista e cineasta, no barco Catalina.


Hassan Massoud, jornalista correspondente da Al Jazeera.

Um comunicado da Global Sumud Flotilha diz que 12 brasileiros integrantes da frota estão em poder das autoridades de Israel e seu paradeiro é desconhecido. Sobre os outros três brasileiros não se tem notícia alguma e o ato é considerado sequestro praticado pelo governo de Benjamin Netanyahu. O governo brasileiro, por intermédio do Ministério de Relações Exteriores, cobrou explicações de Israel e tenta contato com os ativistas detidos.

Os organizadores classificaram a interceptação como “um ataque ilegal” a agentes humanitários. No próximo dia 07 de outubro a guerra de Israel contra Gaza completa dois anos. Nesta data, o grupo Hamas sequestrou cerca de 200 pessoas que participavam de um festival de música e matou dezenas de pessoas de uma comunidade próxima ao local. O ato deu início a uma resposta desproporcional de Israel, matando milhares de pessoas e destruindo a faixa de Gaza com ajuda dos Estados Unidos, fortalecida com a eleição de Donald Trump à presidência, que anunciou que vai transformar a faixa de Gaza em um resort de luxo.