segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Três cachorros

Lamento muito não ter fotografado nenhum dos três. Dois deles eu conheci no Lago Sul, no meu trajeto de casa até o trabalho. O terceiro, melhor, a terceira, porque é uma cadelinha, é uma moradora de rua que frequenta a portaria de três condomínios. Um deles é o meu, o Verde. Ela foi acolhida pelos porteiros e também por alguns moradores, mas é muito arisca.
O primeiro cachorro do Lago que chamou minha atenção era um Pastor cadeirante. Ele corria alegremente pela rua acompanhando o ritmo de seu dono, ou seria um treinador (?), e outros dois cães, menores, que me pareceram ser Coker Spanish, estavam atrelados a cadeira e o ajudavam na corrida. Vi esta cena três vezes e nas três não tinha onde parar o carro para fotografar. Nunca mais vi esse grupo, apesar de fazer o mesmo trajeto no mesmo horário. Foi uma linda cena, o grupo todo parecia ser muito feliz e estar se divertindo.
O segundo cachorro era enorme, um Mastiff, idoso, com seu dono idoso. A dupla fazia um trajeto bem longo, os encontrei em vários pontos do Lago Sul e também neste caso não consegui parar o carro para fotografar. O Mastiff caminhava meio trôpego e tinha calos nos cotovelos. O seu dono, apesar do porte atlético, também caminhava com um pouco de dificuldade e sempre estava com um faixa no joelho. Essa dupla eu vi mais vezes. Até que um dia eu vi apenas o senhor caminhado, triste, sem o cachorro.
E agora não o vejo mais. Eu acho que o cachorro, seu grande companheiro morreu, e ele perdeu o gosto pela caminhada. Também penso que ele deve ser viúvo e não tem outra companhia para a caminhada. Eles formavam uma bonita dupla.
São duas histórias que fiquei sem saber como terminaram.
A cadelinha, o terceiro cão a chamar minha atenção, adotou o ponto de ônibus como casa e recebe a atenção dos porteiros dos três condomínios próximos. Ela aparenta ter menos de um ano, é branca e caramelo e eu a chamo de Malhada. Quando saio para o trabalho, paro o carro no ponto de ônibus e deixo ração em um potinho. Ela é arredia, ainda não consegui fazer carinho. Sempre deixo um biscoitinho para ela pegar.
O porteiro do condomínio em frente disse que ela deve ter sido abandonada no ponto de ônibus e é por isto que não vai embora, aguardando que venham buscá-la. O que não acontecerá. Enquanto isto, a Malhada ganha a atenção de três porteiros e de alguns moradores que perceberam nela a oportunidade de demonstrar afeto e carinho.

Nota: A foto deste texto é apenas ilustrativa

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